A História de Goiás se inicia no fim do século XVI, quando as
explorações portuguesas não limitaram-se apenas à região do litoral. A caça ao
índio, a busca por riquezas minerais e a evangelização são os principais
responsáveis pela exploração do centro-oeste. O desbravamento inicial da região
deve-se aos missionários do norte e aos bandeirantes do sul. Já no século XVII,
em função da catequese empreendida pelos jesuítas na Amazônia, missionários sob
a chefia de frei Cristóvão de Lisboa percorrem a área do Tocantins, onde fundam
missão religiosa em 1625. Mas as origens
históricas de Goiás estão diretamente ligadas à corrida do ouro empreendida
pelos bandeirantes paulistas, em
razão da qual o território goiano é esquadrinhado ao longo do século XVIII.
Período Pré-Colonial
Embora
existam estudos que proponham que a chegada dos primeiros humanos às Américas
tenha ocorrido em um período bem mais antigo do que se acreditava
anteriormente, as pesquisas desenvolvidas em Goiás, município de Serranópolis,
demonstram que a ocupação da região ocorreu por volta de 11.000 anos atrás, com
populações caçadoras-coletoras que ocuparam os abrigos rochosos do sudoeste do
Estado.
Período Colonial
Igreja
Matriz de Nossa Senhora do Rosário, Construída em 1728 em Pirenópolis. O maior
e mais antigo patrimônio histórico e eclesiástico, e maior exemplo barroco de
Goiás.
Os
paulistas Bartolomeu Bueno da Silva,
o Anhangüera, João Leite e Domingos Rodrigues do Prado,
em troca da isenção de impostos pela passagem dos rios da região, por três
gerações, e outras vantagens, saem de São Paulo em 1722 para descobrir as abundantes lavras de Goiás
em 1725. Com o objetivo de novas descobertas, Bartolomeu Bueno
retorna ao território goiano em 1726 onde é levantada a primeira povoação
goiana, o Arraial da Barra, na
confluência dos rios Vermelho e Bugre. Achadas depois as minas de Vila Boa, em meados de 1727,
para aí se passarem quase todos os habitantes da Barra e levantaram o arraial
de N. S. de Sant´Ana e a respectiva capela no local em que hoje se ergue a
futura matriz.
As
descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: além de Santana, origem de
Vila Boa (1727). São João Batista (Ferreiro). Ouro Fino, Anta, Santa Rita e
Tesouras. Na região dos Parque dos Pireneus e
junto ao rio das Almas as Minas de
Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte (1727), atual Pirenópolis. As incursões se aprofundam pelo território e a
zona do Tocantins é explorada, vindo à ser descoberta as minas mais produtivas
de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira
(1736).
Antes,
Domingos Rodrigues do Prado havia descoberto minas quase tão ricas quanto as do
Tocantins, em Crixás (1734). Ao final da década de 1730 se descobre jazidas
na região montanhosa localizada entre o Tocantins e a Bahia :
São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal, Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. E entre 1740 e 1750, Carmo
(1746), Santa Luzia, Conceição, Bonfim, Caldas Novas e Cocai (1749).
A administração
Palácio
Conde dos Arcos, Cidade de Goiás: antigo local de trabalho de intendentes,
presidentes de província e governadores goianos.
No
período que se estende de 1728 a 1748, a administração política das minas era
regida pela provisão real de 1728, que criou a Superintendência das minas
de Goiás. O primeiro superintendente das minas foi Bartolomeu Bueno da
Silva e o primeiro guarda-mor seu genro, João Leite Ortiz. O governo teria sua
sede em Meia Ponte, atual Pirenópolis, mas houve desavenças entre Meia Ponte e a
Capitania de São Paulo. Então Vila Boa; que
posteriormente seria desmembrado em dois distritos : Meia Ponte e Santana. Posteriomente, em 1733,
o ouvidor de São Paulo, Gregório Dias da
Silva, fora designado para o cargo de superintendente-geral das minas de Goiás, restando a
Bueno o título honorífico de capitão-mor.[3]
Por
causa do contrabando e das lutas internas, o governo de São Paulo
solicitou à coroa portuguesa que fosse criada a capitania de Goiás e que nela se estabelecesse uma ouvidoria (1734). As cartas régias de 12 de fevereiro e 11 de
março de 1736 ao mesmo tempo legislavam sobre o imposto aurífero e
determinavam a instalação de uma vila no arraial mais importante, o que se
efetiva em Santana, rebatizada como Vila Boa (1739),
numa homenagem ao seu descobrimento . De 1727 até 1736 a arrecadação do imposto
aurífero se fez sobre o metal fundido na Casa de fundição de São Paulo.
A intendência de Goiás
Com
o estabelecimento da intendência de Goiás, a situação nas minas se acalma e o
contrabando decai. A resistência dos nativos à escravidão, principalmente o
grupo caiapó, traz, não obstante, os arraiais em contínuo sobressalto,
desde o Paranaíba até o Tocantins. A necessidade de uma administração
que melhor atendesse à conjuntura política e econômico-financeira, e aos
reclamos ante a exploração e o abandono vigentes, durante a subordinação à
capitania de São Paulo, motivam a criação da capitania de Goiás em 1744.
Somente em 1749 se cumpre essa determinação, ao ser empossado o primeiro governador
de Goiás, D. Marcos de Noronha, futuro
conde dos Arcos.
Até
a segunda metade do século XVIII as comunicações e o comércio foram
determinados pela mineração. No fim do século XVIII o comércio se
ressente da decadência geral que estréia cada vez mais o mercado consumidor. Há
breves períodos de reação, em que exportação excede a importação e que as
estatísticas revelam saldo favorável, mas vão rareando cada vez mais.
O período de transição
As
vilas pouco evoluíram, mesmo Vila Boa, apesar de mais
próspera, carece de boas casas, de condições sanitárias e de conforto,o ensino
é precário, tanto em sentido quantitativo quanto qualitativo. Mas Meia Ponte
vai em contra mão aos outros povoados. Somente em 1788
chegaram os primeiros professores, três de primeiras letras, para Vila Boa,
Meia Ponte e Pilar, dois de latinidade e um de retórica. A morte dos arraiais
mineratórios provoca a ruralização da vida, já presente à época do governo de Luís da Cunha Meneses
(1778-1783).
Novo
surto de expansão territorial se processa, determinado por algumas novas
descobertas de jazidas, pelo progresso da pecuária e pela necessidade de
conter os nativos, um dos principais entraves ao estabelecimento regular da navegação e comércio fluviais. Fracassam as sucessivas
tentativas de incremento das sociedades mercantis, seja pela carência de
capital, seja pelas dificuldades geográficas ou pela natureza dos produtos
exportáveis (agropastoris), que não atraem os comerciantes paraenses mais
interessados no ouro, que ja estava escasso.
Apesar
da descoberta de novas jazidas auríferas - como a de Ouro Podre, próxima a Arraias (1792) e a de Anicuns (1809) - e da exploração das lavras diamantíferas dos
rios Claro e Pilões, a partir de 1801 o declínio mineratório era evidente na
capitania. Terminava definitivamente a fase de ocupação territorial ligada à
mineração.
No
sul e no norte de Goiás, no início do século XIX, a mineração era de pequena monta. O respaldo
econômico do novo surto de povoamento foi representado pela pecuária, estabelecida através de duas grandes vias de
penetração:
A
do nordeste, representada por criadores e rebanhos nordestinos, que pelo São
Francisco se espalharam pelo oeste da Bahia,
penetrando nas zonas adjacentes de Goiás. O Arraial dos Couros (Formosa) foi o grande centro dessa via.
A
de São Paulo e Minas Gerais, que através dos antigos
caminhos da mineração, penetrou no território goiano, estabilizando-se no
Sudoeste da capitania.
Assim,
extensas áreas do território goiano foram ocupadas em função da pecuária, dela
derivando a expansão do povoamento e o surgimento de cidades como Itaberaí, inicialmente uma fazenda de criação, e Anápolis, local de passagem de muitos fazendeiros de gado que
iam em demanda à região das minas e que, impressionados com seus campos, aí se
instalaram.
Este
povoamento oriundo da pecuária, entretanto, apresentou numerosos problemas. Não
foi, por exemplo, um povoamento uniforme: caracterizou-se pela má distribuição
e pela heterogeneidade do seu crescimento. Enquanto algumas áreas permaneceram
estacionárias, outras decaíram (os antigos centros mineradores), e outras
ainda, localizadas principalmente na região Centro-Sul, surgiram e se
desenvolveram, em decorrência sobretudo do surto migratório de paulistas,
mineiros e nordestinos.
Outro
problema crucial do povoamento residiu na dificuldade de comunicação com as
outras regiões brasileiras. Comunicações carentes e difíceis com as diversas
regiões do Império, derivadas principalmente da pobreza da Província,
incapaz de obter meios eficientes para vencer as enormes distâncias que
separavam Goiás dos portos do litoral, refletiram negativamente sobre o
comércio de exportação e importação, freiando qualquer possibilidade de
desenvolvimento provincial.
As
características do tipo de pecuária exercido na época - basicamente extensiva -
por outro lado, não propiciavam a criação de núcleos urbanos expressivos. A
economia tendeu a uma ruralização cada vez mais marcante e o tipo de atividade
econômica gerou grande dispersão e nomadismo da população. Os antigos centros
mineradores decadentes não foram substituídos por povoações dinâmicas.
No
início do século XIX, os núcleos urbanos eram pobres e em número reduzido,
destacando-se apenas as povoações de Meia Ponte e Vila Boa de Goiás, esta
funcionando como sede do governo.
O
desenvolvimento da agricultura torna-se necessário, não só para abastecer o
mercado interno, mas também como veículo de intensificação do comércio externo.
O comércio é dificultado pelos transportes deficientes e pelos impostos. A
partir da década de 1780, quando caem as barreiras restritivas, a navegação
fluvial apresenta-se como meio capaz de propiciar novas condições de vida,
fundamentadas no intercâmbio mais efetivo com o exterior, mas de resultados
pouco compensadores ou de menor vulto que o desejado. Outra vez Meia Ponte sai
na frente. Segundo Auguste de Saint-Hilaire,
Meia Ponte era ná época o arraial de maior prosperidade em toda Capitânia de
Goiás, pois tudo que se plantava colhia em dobro. Um exemplo é a Fazenda
Babilônia, antigo Engenho de São
Joaquim, a primeira fazenda construída em Goiás. Esta fazenda foi
construída em 1800 pelo Comendador Joaquim Alves de Oliveira, tendo como os pricipais
produtos: o algodão e o café. Meia Ponte já exportava até para a Europa.
Da
instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro à
independência (1808-1822), a política governamental delineia-se rumo à
integração e valorização dos domínios portugueses : Objetiva-se então
reerguer as capitanias do centro-oeste através da programação do aproveitamento
técnico das vias fluviais, da renovação das técnicas agropastoris e da
pacificação e utilização do indígena como mão-de-obra. Segundo Auguste de
Saint-Hiliaire, enquanto que os outros arraiais contavam, no máximo,
com um professor de primeiras letras, Meia-Ponte tinha um professor de
Gramática Latina pago pelo governo. "Tenho minhas dúvidas, porém, de que
fosse grande o número de seus alunos e de que seus ensinamentos dessem
resultados práticos.." Meia Ponte era rodeado de terras
extraordináriamente férteis, o arraial era um dos mais aquinhoados da província
e de maior população (mais ou menos 7 mil habitantes).
Em
1809, Vila Boa dispunha de mais ou menos 900 casas. (Auguste de Saint-Hilaire,
- "Viagem a
Província de Goiás e pelas Nascentes do rio São Francisco ",
apud Bruno, Ernani Silva - História do Brasil e Regional - Grande Oeste.
Cultrix, SP, 1967, pg. 66). Meia Ponte - atual Pirenópolis - era, na época, no
dizer de Aires do Casal, "a maior, a mais florescente e comerciante
povoação da Província, depois da capital", mas Auguste de Saint-Hilaire
discorda pois passou em Pirenópolis em ..[4]
Os movimentos separatistas
No
início do século XIX Goiás é obrigado a ceder área de seu território às
províncias do Maranhão e Minas Gerais. Pelo alvará de 18 de março de 1809, o norte é
desmembrado da ouvidoria sediada em Vila Boa, constituindo-se comarca com sede
em São João das Duas Barras.
O isolamento leva-o a desligar-se paulatinamente do sul, vinculando-se
comercialmente ao Maranhão e ao Pará. A tendência à secessão já é latente; após
a revolução constitucionalista do Porto, que chegou ao conhecimento dos goianos
em 24 de abril de 1821, o movimento separatista eclode.
Em
Natividade, a 14 de
setembro, é proclamada uma junta provisória, que se recusa a aceitar ordens de
Vila Boa. Aderem os antigos arraiais de mineração do norte, e quando da escolha
do governo provisório, em 8 de abril de 1822,
em Vila Boa, seus eleitores não comparecem. A junta de Natividade considera
ilegal o novo governo. Palma, alegando ter sido abandonado pelo sul,
constitui-se em província autônoma. As lutas pela liderança no movimento
provocam cisão entre Palma e Natividade e enfraquecem o movimento, que acaba
por ser debelado em 1823.
As
características mais relevantes do período
monárquico são representadas pela busca de soluções para os
problemas econômicos e financeiros e para a pacificação social. O comércio fluvial
e as atividades agrárias são incentivados. A economia da província passa a
sustentar-se na pecuária, motivando migração de: baianos, maranhenses,
piauienses, mineiros e paulistas.
A
agricultura fica em segundo plano. As únicas exceções são as
culturas de tabaco, de Natividade e Meia Ponte que também tinha o algodão,
e de café, em varias regiões (produtos já exportados para o Pará no fim do
século XVIII). Desenvolve-se a indústria de couros.
Período Imperial
A idéia da mudança da capital
Em
1830
cogitou-se a possibilidade de transferir a capital da província para o norte do
território. O plano de então levava em conta a necessidade de povoar as regiões
próximas aos rios Tocantins e Araguaia. Vinculava-se também com o
projeto de um sistema de hidrovias o qual permitiria a ligação da
província, tanto a norte, via Pará, quanto a sul, via São Paulo.
No
mesmo ano de 1830, entrou em circulação o primeiro jornal editado em Goiás,
para não dizer em todo o centro-oeste e norte brasileiro: A Matutina Meia-Potense,
impressa em Meia Ponte, atual Pirenópolis, cidade que foi lugar da primeira topografia do
estado de Goiás, tendo por isso recebido o Título de Berço da Imprensa
Goiana. A Matutina Meiapontense era um jornal de inspiração liberal.
Circulou entre 5 de março de 1830 e 24 de maio de 1834, totalizando 526
edições. A sua subscrição fazia-se ao custo de 28.000 réis por trimestre.
A
partir de 1837 começa a circular o Correio Oficial. A população, que, no
final do século XVIII, se mostrava estacionária e que em 1837 fora
contabilizada em 117.446 habitantes, atinge em 1872
160 mil habitantes. Na condição de fornecedora de tropas e de viveres para os
combatentes, Goiás participa ativamente da Guerra do Paraguai.
Com
a decadência de Vila Boa, após o esvaecimento das minas, leva o presidente José Vieira Couto de Magalhães
a advogar, em 1863, a mudança da capital para a região do Araguaia
(Leopoldina). Concretiza-se, graças à atuação dessa autoridade, o regular
intercâmbio com o Pará, através do estabelecimento da navegação a vapor do rio
Araguaia (1868) e, posteriormente, do Tocantins, até Belém.
O balanço monárquico
A
partir da década de 1860, a província progride economicamente devido ao
crescimento do rebanho bovino - cerca de 106.548 cabeças - e da agricultura. A
indústria de couros prospera, começa a fabricação de tecidos de algodão,
existindo já em 1861 aproximadamente 1.555 teares. Implementos agrícolas de
ferro são fabricados em Formosa.
Período Republicano
Do
final do período monárquico até 1930 o povoamento se intensifica graças à
atividade agrícola e à construção de ferrovias, que contribuiu para o
desenvolvimento das regiões sul, sudeste e sudoeste do estado. Novos povoados
se formam a partir de 1888 e, até 1930, 12 novos municípios são constituidos e
posteriomente derrubados por indios daquela região.
A primeira república
Em
1920
a população já era de 511.919 habitantes. Em 1924, pela primeira vez é tentada
a colonização européia, através do estabelecimento da colônia alemã de Uva e Itapirapuã, o que acaba sem sucesso. A navegação fluvial, que
era prospera no século anterior, ainda era expressiva nos primeiros anos da
república. As comunicações com o sul melhoram à medida que se expandem os
trilhos. Até o final da primeira década do século o intercâmbio se fazia
através de Araguari, para onde os produtos goianos eram levados por burros.
Em
1913, Goiandira é servida pela estrada de ferro, mas somente em 1930
é estendida até Bonfim hoje Silvânia. Em 1926, um século após a
construção do Hospital de São Pedro de Alcântara de
Vila Boa (Goiás (município)) em
1825, é instalado o segundo nosocômio do estado, em Anápolis, antigo Santana das Antas, um dos povoados
emancipados de Pirenópolis, o Hospital Evangélico
Goiano. Ao final da primeira república a renda total do Estado ainda era
baixa, cerca de cinco mil contos.
O coronelismo
Em
decorrência da agropecuária extensiva formaram-se os latifúndios, com suas implicações econômicas e sociais. No
campo predominaram características semifeudais. No norte, região mais
desabitada, reinou certa instabilidade, motivada pelo banditismo de jagunços e pela luta dos coronéis.
Os
clãs que se formaram ao longo do império dominaram a vida política. Os vícios
eleitorais e coronelismo conseqüentes à estrutura econômico-social, somados à
política dos governadores implantada por Campos Sales, deram origem ás oligarquias que se sucedem até
1930 : José Leopoldo de Bulhões Jardim,
Sebastião Fleury
Curado , Eugênio Rodrigues Jardim e
Antônio Ramos Caiado.
Esses
clãs tinham como característica um sobreposição sobre os poderes legislativo e
judiciário, onde as relações de vassalagem pelo voto caracterizam a política da
época, devido ao famoso "voto de cabresto". A oposição se estruturou
em função das contradições interpartidárias, da reação no plano nacional, pelos
movimentos de 1922 e 1924 e do contato com o tenentismo do sudoeste goiano. Sua
liderança foi assumida por intelectuais e liberais aliados aos políticos
dissidentes. Coligaram-se os movimentos aliancistas, e, com a vitória da
revolução de 1930, a máquina eleitoral e administrativa cheia de falhas, que
dominava o estado havia mais de trinta anos, começou a ser desarticulada. A
intensificação da interiorização e a dinamização econômica caracterizaram o
período posterior a 1930.
A transferencia da Capital
Em
1930, sobe ao governo de Goiás o interventor Pedro Ludovico Teixeira,
que tinha como meta principal a mudança da capital, que até então se localizava
em Vila Boa, atual Cidade de
Goiás. Em dezembro de 1932 foi decretada a mudança da sede do governo para um local
próximo da cidade de Anápolis, que iria receber em breve a Estrada de Ferro
de Goiás.
A
fundação da nova capital do Estado, Goiânia, ocorreu em 1933. A mudança foi determinada por motivos
administrativos e econômicos, pois com a chegada da estrada de ferro a Anápolis em 1935, permitiu um rápido crescimento
populacional da região sul do estado, através das sucessivas migrações de nordestinos, mineiros e paulistas que fez com que a região Centro Oeste se
interligasse definitivamente a região Sudeste do Brasil.
Com
poucos recursos, baseada num empréstimo concedido pelo Banco do Brasil, iniciou-se a construção da nova capital, a
que foi dado o nome de Goiânia, de acordo com projeto do engenheiro Atílio Correia Lima e do
urbanista Armando de Godói.
Em março de 1937, já concluídos os principais edifícios
públicos e algumas casas de moradia, foi decretada a transferência da capital,
inaugurada em 1942.
A
construção de Goiânia coincidiu com a instalação, pelo governo federal, de
colônias agrícolas em várias regiões do estado, como decorrência da política da
marcha para o oeste. Desse modo, constituíram-se cidades novas como Ceres, Rialma, Uruana,
Britânia e outras, as duas
primeiras fundadas pelo engenheiro Bernardo Sayão Carvalho Araújo, que foi mais tarde encarregado
pelo presidente Juscelino Kubitschek de
comandar a construção de Brasília.
Modernização
A
eletrificação com a criação das Centrais Elétricas de Goiás S.A. (CELG) em 1955 e a conclusão
da usina do Rochedo em 1956, contribuíram para o aceleramento da urbanização e
permitiram os primeiros passos rumo a industrialização. Mas em Pirenópolis ja existia eletricidade pois foi a segunda cidade
brasileira a ter energia elétrica. Embora a pecuária fosse a base da economia e
a agricultura visada à exportação já começasse a se desenvolver.
Até
o final da década de 1950 a indústria é extrativista. No sudoeste afloram os garimpos de diamantes. Ao
norte, na região do Araguaia, a exploração de cristal de rocha tem seu ápice
durante a Segunda Guerra Mundial,
graças as condições de exportação.
Em
1960 no governo de José Feliciano Ferreira,
foi criado o Departamento Estadual de Saneamento (DES), hoje Saneamento de
Goiás S/A (Saneago). Em Goiás e Meia Ponte, atual Pirenópolis,
utilizavam-se chafariz que capitavam água de córregos da região.
Durante
o governo de Mauro Borges Teixeira
(1961-1964) foi empreendida a primeira tentativa de planificação administrativa
e econômica, com base na exploração do potencial mineralogico, sob os cuidados
do Estado, através da Metais de Goiás
S/A (METAGO), no aproveitamento industrial das riquezas extrativas,
dos produtos agrícolas graças ao aumento da produtividade mediante o
aprimoramento técnico. Em função da expansão do setor agrícola, é criada uma
escola de formação de operadores de máquinas agrícolas e rodoviárias (EFOMAGO)
e desenvolvida experiência de cooperativismo nos combinados agrícolas, além do implemento do
até hoje único laboratorio oficial do Centro oeste, a Industria Química do
Estado de Goiás - IQUEGO, na produção de medicamentos de uso humano e
veterinário.
A separação
Em
1988, o estado de Goiás foi dividido e sua parte norte passou a
constituir a região norte, o estado do Tocantins. O objetivo principal dessa divisão foi estimular o
desenvolvimento da região norte, onde estão concentradas as maiores carências
sociais e também onde ocorrem com maior freqüência disputas pela posse de
terras, provocadas pela concentração de propriedade latifundiária
bem loko
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