quarta-feira, 28 de maio de 2014

5 PASSOS PARA A LEITURA FEMINISTA DA BÍBLIA


Entendemos por chave de Leitura Feminista da Bíblia o caminho de interpretação que possibilite uma hermenêutica bíblica feminista, que leve a uma leitura libertadora da Bíblia.
A bíblia, para nós mulheres, foi por muito tempo um livro fechado, não somente, ele foi usado para legitimar a exclusão, o domínio, a dependência e até a violência sobre a mulher.
Encontrar a chave para abrir a porta hermeneuticamente fechada, desse livro, é de fundamental importância, pois ao abri-lo poderemos encontrar a Palavra que aponte o caminho para uma leitura e vivencia libertadora da Bíblia.
Chave que consta de cinco passos e três instrumentais.
1º Passo: realidade
A vida, a realidade das mulheres em sua condição de pobre, seu corpo de mulher, suas lutas para se libertar do machismo, sexismo, racismo impostos ou introjetados. Apreender a ler simbolismo que revela a experiência humana o que as palavras não conseguem expressar. Penetrar o simbolismo ligado ao universo da mulher: útero, seios, menstruação, menopausa, casa, amor, alimentação, abnegação.
2º Passo: interagir
Encontrar as mulheres na Bíblia e dialogar com elas. Perceber que apesar da distancia histórica nossa vidas estão interligadas, interagem. O simbolismo ligado ao nosso universo de mulher é presente na bíblia e nos fala do mundo feminino: poço, água, maternidade... Miriam, as parteiras, Rute...
3º Passo: suspeitar
O Patriarcado anulou, escondeu, ignorou, silenciou a presença da mulher na história e na Bíblia. A suspeita é atitude, é a intuição que nos abre as possibilidades de investigar. Este passo nos permite buscar, encontrar a presença da mulher seja na história como na bíblia: presença esquecida, negada, silenciada, explorada, dominada, sempre em função de...
Liberdade de fazer perguntas embora as vezes nos sentimos incomodadas em tocar o texto bíblico.
É importante confrontar as traduções e suspeitar delas. Fazendo perguntas: Onde acontece? Quando acontece? Como acontece? O que acontece? O que se diz da pessoa?
Comparar com outros textos (intratextual). Verificar as palavras chaves e aprofundar compreendendo-as no texto e no ambiente. Mas também confrontar com outros textos fora da Bíblia (extratextual).
4º Passo: desconstruir – nomear
Os três primeiros passos nos preparam a dar o quarto passo. Momento muito importante, pois nos coloca em contato direto com o texto buscando uma exegese fiel ao texto e as mulheres. Este momento exige um estudo serio e fiel, para poder:
Desconstruir: o que o patriarcado nos transmitiu e deixou como herança.
Nomear: a mulher como sujeita da historia e da revelação. Dar o nome é reconhecê-las como protagonistas da historia.
5º Passo: reconstruir
A partir da pesquisa, exegese, interpretação realizada, dos novos paradigmas históricos, da revelação e da teologia tendo a mulher como sujeita. Devolver a presença e a palavra às mulheres. Liberdade de recriar, reescrever, festejar, celebrar os textos bíblicos para encontrar o sagrado em nossa vida cotidiana e política.
                              fonte: http://cebipa.blogspot.com.br/2014/05/5-passos-para-leitura-feminista-da.html

Papa Francisco diz que celibato pode mudar

‘A porta está sempre aberta’, afirmou o papa na volta do Oriente Médio; ele admitiu que a Igreja pode ter novas renúncias de pontífices

                                                                                                                         José Maria Mayrink e Marcelo Godoy - O Estado de S. Paulo
O papa Francisco disse nesta terça-feira, 27de maio de 2014, que as regras do celibato clerical podem mudar e admitiu a possibilidade de a Igreja ter novos papas eméritos, a exemplo de Bento XVI, que renunciou ao trono de Pedro em 2013. A declaração foi dada a jornalistas durante o voo de retorno a Roma depois da visita à Terra Santa.
"Eu farei o que o Senhor me disser para fazer: orar e buscar a vontade de Deus. Creio que Bento XVI não seja um caso único. Haverá outros ou não? Só Deus sabe, mas essa porta está aberta", afirmou o papa ao ser questionado se tomaria a mesma decisão que seu antecessor caso sentisse um dia não ter mais forças para exercer o papado.
"Há 70 anos não havia bispos eméritos. O que ocorrerá com os papas eméritos? Creio que devemos ver Bento XVI como a uma instituição que abriu uma porta: a dos papas eméritos", disse Francisco após a visita de três dias pelo Oriente Médio com uma agenda repleta de encontros e riscos à segurança. "Creio que o papa que sente que suas forças diminuem deve se fazer as mesmas perguntas que se fez o papa Bento XVI."
Durante a viagem, Francisco se encontrou com o patriarca ortodoxo grego de Constantinopla, Bartolomeu I, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Durante a entrevista, Francisco foi questionado sobre o que se podia aprender com os ortodoxos, "por exemplo, sobre o celibato". Francisco lembrou que a Igreja Católica tem padres casados. "Existem no rito oriental. O celibato não é um dogma de fé, é uma regra de vida que eu aprecio muito e creio que seja um dom para a Igreja."
Em seguida, o papa deixou claro que mudanças podem ocorrer na regra que permanece válida para a maioria dos sacerdotes do Ocidente desde o Concílio de Trento, no século 16. "Não sendo um dogma de fé, sempre está a porta aberta."
Unidade. Em seguida, o papa disse que não tratou do celibato com o patriarca ortodoxo. O papa Bergoglio revelou que o tema da conversa com o líder cristão oriental foi a unidade entre as duas igrejas, o que, segundo Francisco, não se constrói em um congresso de teologia.
Para caminhar em direção a essa unidade, Francisco citou a necessidade de resolver "o problema da data da Páscoa", pois muitos ortodoxos vão à Igrejas católicas e vice-versa. "Conversamos sobre o concílio pan-ortodoxo para que se faça algo sobre a data da Páscoa. Porque há uma situação um pouco ridícula: Quando ressuscitou teu Cristo? O meu na semana que vêm. E o meu, em vez disso, na semana passada. A data da Páscoa é um símbolo de unidade."
Por fim, ao ser perguntado sobre as expectativas que seu papado despertava, como mudanças na exclusão da comunhão dos divorciados que decidem se casar novamente, o papa lembrou que o Sínodo de outubro próximo será "sobre a família, seus problemas, suas riquezas e a situação atual".
"Não me tem agradado que muitas pessoas, até dentro da Igreja, tenham dito: "o Sínodo servirá para dar a comunhão aos divorciados que voltaram a se casar, como se tudo se reduzisse à casuística: se poderá ou não dar a comunhão? Sabemos que a família hoje está em crise e essa é uma crise mundial. Os jovens não querem casar. É preciso estudar os procedimentos de nulidade matrimonial, estudar a fé com que uma pessoa se aproxima do matrimônio. É preciso, no entanto, esclarecer que os divorciados não estão excomungados... E muitas vezes eles são tratados como se estivessem."

terça-feira, 27 de maio de 2014

Data de lançamento do Documento Nacional do Segue-me




Por:  Janaína Souza e Becchara Miranda
Aconteceu na cidade de Juazeiro do Norte (CE), nos dias 16 a 18 de maio, a 8ª Assembleia do Conselho Nacional Provisório de Unificação do Segue-me (CNPUS). Durante a missa de abertura, Dom Fernando Panico, Bispo da Diocese de Crato (CE), exortou os presentes com a seguinte citação: “Eis aqui a família Segue-me, chamada a dar testemunho da glória de Deus. Essa é a missão do Segue-me, e de todo batizado, dar testemunho de Jesus! Seguir a Jesus, e dar testemunho da Sua vitória, é ser um jovem forte, revitalizado pelo Espírito Santo”.
Continuando a reflexão sobre o testemunho, os jovens do Ministério da Alegria, grupo de teatro que nasceu dentro do Segue-me de Crato, apresentaram a peça Jardim do Inimigo, que retrata as mazelas da sociedade, levando o público a refletir sobre suas ações e posicionamentos perante o próximo.
Além dos debates e votações das propostas para o documento nacional, os seguidores participaram de uma noite cultural temática com muita música católica e regional, propiciando a integração das dioceses participantes.
Lembrando a diversidade presente durante todo o processo de unificação, Padre Valmir Galdino, da Arquidiocese de Maceió (AL), ressaltou a importância de não cairmos no ativismo. “É importante rezar sempre, pois a oração deve ser o ponto de partida para tudo, inclusive para se aproximar dos irmãos”, disse.
Finalizando os trabalhos na cidade cearense, foi apresentado um vídeo onde Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, sudando os representantes do Segue-me e ratificando as três prioridades de evangelização escolhidas pelos Movimentos Juvenis durante o Encontro de Revitalização, que ocorreu em Brasília. Fruto desse encontro, o movimento participará nos dias 18 a 20 julho, em Vargem Grande Paulista (SP), da Reunião Nacional de Jovens Líderes dos Movimentos.
A 9ª Assembleia do CNPUS será nos dias 17 a 19 de outubro, em Sinop (MT). E a oficialização do Documento Nacional do Segue-me, com a constituição do primeiro Conselho Nacional definitivo, será em Brasília (DF), em março de 2015.

sábado, 24 de maio de 2014

O PROJETO DE DEUS PARA A FAMÍLIA


É projeto de Deus que a família seja o reflexo do amor que Ele tem por sua Igreja.
Hoje a família tem sido refém de um mundo onde os valores dos cristãos não significam nada. Estudos mostram que 50% dos casamentos terminam antes dos 3º ano, sinal de que a vida cristã não tem encontrado o lugar no lar humano.
O casamento não é uma necessidade biológica, não é uma necessidade social e nem é uma necessidade psicológica. O casamento está contido no plano de Deus. Só irá funcionar se for como Deus planejou.
                                  
      “Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne”. (Gn 2,24)
                                   Este versículo se divide em três partes:
a)    abandono;
b)    união;
c)    tornar-se uma só carne.
Se, realmente tomamos esta decisão, estamos colocando os “dois pés” no mesmo barco. Significa que só temos um ao outro, unimo-nos. Investimos 100% de nós.
                                   A tradução exata do hebraico da palavra unir é: estar preso, colado, cimentado. Portanto, é uma união indissolúvel.

Por que desta união? Qual o contexto de Deus para nossa união? Como é a família planejada por Deus?
Confira a opinião de Deus sobre infidelidade conjugal em Mal. 2, 13-16. Vamos ver a opinião de Jesus em Mt. 19,3-9 sobre a separação, do divórcio.
A maior batalha espiritual para nós cristãos do século XXI é fazer a família ocupar seu lugar na sociedade humana de acordo com o coração de Deus, fazendo com que homem e mulher se unam em oração. O modelo que a bíblia oferece para o homem destes tempos é a família de Nazaré.

Evangelizar a família, tomando como modelo o Senhor Jesus - o Bom Pastor, significa: ver a família como Deus a vê; ver qual é o lobo que a ataca; não fugir da luta e diante da ameaça, confrontar os Golias que aparecem. Evangelizar a família é ajudá-la a tornar-se aquilo que é no plano do Criador - geradora de vida (em sentido amplo); Igreja Doméstica.
A família é a ovelha mais agredida em nossos dias.
Nenhuma outra instituição pode substituir a família em seu nobre papel de gerar e formar cidadãos capazes de estabelecer relacionamentos duradouros e edificantes.
A família planejada por Deus é insubstituível. É um bem pessoal e comunitário. É um bem para a Igreja e para a sociedade.

A escuta não é o nosso ponto forte.
O escutar é uma forma concreta de amar. Da mesma forma que não somos bons para amar em momentos difíceis, também não escutamos bem nestes momentos. Escutamos o que nos agrada. Escutamos mal ou não escutamos: críticas, exigências, cobranças, assuntos ou pessoas que não nos agradam.

Como podemos dizer que Deus planejou e quer a família?
Somos imagem de um Deus comunidade de amor! Portanto somos criados para viver em comunidade estável e de amor! Somos de natureza comunitária! Fomos criados homem e mulher (Gn 1, 27). Jesus valoriza o Matrimônio, antes de ser chegada sua hora, realiza seu primeiro milagre, a pedido de sua mãe Maria, numa festa de casamento. Ver (Jo 2, 1-11).

Muitos maridos estão matando as mães de seus filhos por falta de participação na vida dos mesmos.  É fácil ver quase só mães em reuniões de catequese, em reuniões de pais nas escolas. Aqui está mais uma fonte de problemas! A mãe não pode ser mãe e pai!

CONSTRUINDO A UNIÃO NO DIA-A-DIA

                                   O marido não pode:
Está em casa sempre de passagem;
Não ter o que fazer em casa;
Priorizar o próprio lazer;
Priorizar a realização profissional.
Como se sentirá a sua esposa?
                                   A mulher não pode:
                                   Viver só para a casa;
                                   Fazer do marido um móvel (que muda quando quiser).
És preciso que morramos um pouquinho, para que nasça a união. 

                                   COMPANHEIRISMO
                                   É preciso que o casal tenha tempo para a convivência, para serem cúmplices na vida.  Seja para sua esposa, seu esposo, o melhor amigo(a).
                                  
                                   DIÁLOGO
O diálogo no casamento é como o sol e a água para as plantas. Sem o diálogo, o casamento irá secar.
No diálogo, marido e mulher devem sair do egocentrismo. Não é mais minha vida, mas nossa vida. Como irão se conhecer intimamente, se não houver partilha, inclusive de sentimentos.
Diálogo NÃO é trocar alfinetadas: nossa tendência de guardar os fatos em que houve mágoas como trunfo para usar na hora certa. Acusar o outro de seus erros e usá-los como justificativa para a vingança.
Dialogar é mais do que conversar. Possui três níveis:
1 – não comprometedor: traçar observações;
2 – falar sobre algo: contar os fatos ocorridos, as coisas do dia-a-dia;
3 – de sentimentos: contar o que sente em diversos momentos. É o nível mais profundo dos três.

Para melhor discutirmos este assunto sugiro que apontemos caminhos para responder a este apelo da oração em nossas casas?
            Como gerar uma verdadeira espiritualidade familiar, que promova a justiça social e o acolhimento da vida?
            Como fazer do trabalho e dos afazeres cotidianos um instrumento de construção de uma espiritualidade encarnada mas também voltada para o absoluto de Deus?
            Como Criar um espaço divino em cada lar diante da agitação, do barulho, e dos problemas de moradia?
            Como propagar a necessidade de uma espiritualidade familiar?
                                  
ORAÇÃO (pedi por)
·         Perdão (pedir e perdoar)
·         Vivência da sexualidade
·         Fidelidade (geral e na relação conjugal)
·         Meu valor como pessoa
·         Valor de meu cônjuge com pessoa
·         Confiança
·         Escuta ativa de meu cônjuge
·         Negócios e bens materiais


QUESTÕES PARA REFLETIRMOS SOBRE A NOSSA FAMÍLIA

1 - O que é necessário para termos uma família restaurada?

2 - Como as famílias estão se comportando diante das coisas do Reino de Deus?

3 - O homem pode viver bem sem uma parte do seu corpo mais nunca será o mesmo sem a sua outra metade.(Alex Monteiro) Comente.

4 - O que significa ter fé? Ou melhor, como devemos vivenciar a fé que dizemos ter? 

5 - "Se sua fé não funciona em casa, não a pregue para o mundo." - Howard Hendricks

6 - Não há melhor lugar para praticar o amor do que o lar. O melhor lugar para aprender a perdoar, conviver com diferenças, ser autêntico, e demonstrar os frutos do Espírito Santo é o lar.

7 - O silêncio é o pior monstro que assombra a família. Ele cresce ainda mais rápido do que nossos filhos. Ocupa primeiro o coração, em seguida o lar e depois toda a família.

8 - Existe um silêncio benéfico - silenciar diante do nervosismo do outro, para não colocar mais fogo na fervura.

9 - Você já se perguntou alguma vez sobre os objetivos do casamento?

10 - Quando a sociedade se afasta de Deus as instituições se diluem. Isso é visto atualmente na família. O número cada vez mais crescente de divórcios testifica o modo como isso tem ocorrido. Em muitos casos os filhos são os que mais sofrem com a desunião dos pais, consequentemente, toda a sociedade sofre por conta disso. Comente.

11 - Comente a afirmação. “A família é uma benção de Deus para nós. Não podemos permitir que ela despenque diante das pressões de uma sociedade secularizada como a nossa”.

12 - O que podemos fazer para restaurar o papel dos casais na família?

13 - Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.
Salmos 127,1

14 - “Precisamos entender que não foi religião alguma que criou o casamento, nem homem algum. O casamento foi inventado, criado, desenhado, arquitetado, projetado e finalmente executado por DEUS”.

15 - “DEUS não é um homem que se zomba, que se escarnece, que falha nas palavras. E o casamento não é uma mercadoria com nota fiscal de troca, nem uma roupa, que ao desgastar, joga-se fora ou troca-se por outra”.

16 - Qual o sentido da seguinte frase, “onde está o nosso casamento?”

17 - Explique o valor destas seis frases na vida matrimonial:
1.Te Amo.
2. Me Desculpe. 
3. Eu compreendo. 
4. Eu Preciso de Você. 
5. Você é lindo(a). 
6. Obrigado(a). 

18 - "Seja qual for a idade do seu casamento, você nunca estará totalmente casado - porque é preciso se casar diariamente. Casar é aceitar-se mutuamente e se unir nos três níveis do ser: Físico, Psíquico e Espiritual" (Michael Quoist).

19 - Bem-aventurado o casal que continua a demonstrar carinho e consideração um com o outro depois que a empolgação dos primeiros anos passou.

20 - Bem-aventurado o casal que é educado e cortês um com o outro como eles são com seus amigos.

21 - Bem-aventurados são aqueles que têm senso de humor, pois este atributo é um grande “amortecedor de choques”.

22 - Bem-aventurados são aqueles que amam seus companheiros mais do que qualquer outra pessoa no mundo e que cumprem com alegria seus votos de casamento com uma vida inteira de fidelidade e respeito mútuos.

23 - Bem-aventurados são aqueles que alcançam a paternidade, pois os filhos são herança do Senhor.

24 - Bem-aventurados os que se lembram de agradecer a Deus por sua comida antes de tomá-la, e que separam tempo para a leitura de Bíblia e oração diariamente.

25 - Bem-aventurados os cônjuges que nunca levantam a voz para o outro e que fazem de seu lar um lugar onde palavras desencorajadoras são pouco ouvidas.

26 - Bem-aventurado o casal que fielmente vai a igreja e que trabalha junto para a expansão do reino de Deus.

27 - Bem-aventurado o marido e a esposa que sabem lidar com suas diferenças e se ajustam sem a interferência dos parentes.

28 - Bem-aventurado é o casal que tem um completo entendimento das finanças e que conseguiu uma parceria perfeita onde todo o dinheiro está sob o controle dos dois.

29 - Bem-aventurados são o esposo e a esposa que humildemente dedicam suas vidas e seu lar a Deus e que praticam seus ensinamentos sendo leais, amorosos e não egoístas. 

Família, formadora da Igreja


"Sua mãe e seus irmãos foram, se detiveram fora e enviaram um recado chamando-o. As pessoas estavam sentadas em torno dele e lhe dizem: 'Vê, tua mãe e teus irmãos estão fora e te procuram.' Ele lhes respondeu: 'Quem é minha mãe e meus irmãos?' E olhando os que estavam sentados em círculo ao redor dele, diz: 'Vede minha mãe e meus irmãos. Pois, quem cumpre a vontade de meu Pai do céu, esse é meu irmão, irmã e mãe. (Mc 3, 31-35)

A família, no contexto da vida humana é sempre formadora, em todos os âmbitos. Na vida Igreja como um todo ela também não deixa de possuir esta missão. Mas o termo formadora podemos conceber a partir de dois modos: como constituidora ou como educadora. Uma compreensão não exclui de forma alguma a outra, mas fazemos este tipo de diferenciação por motivos pedagógicos. Vejamos o porquê.
A família é célula constituidora não somente da Igreja, mas da sociedade como um todo, com todas os seus deveres e direitos inerentes. Constitui para formar estruturalmente e organizar todo o conjunto social.
A família é também possuidora da missão de educar, formar, transmitir o plano formal das tradições de valores básicos de vida pela capacidade e função primordial de relacionamento.
Mas este tema ao qual assumimos como trabalho desenvolver se desdobra na verdade, sob dois pontos importantes a serem esclarecidos: 1) a Família e 2) a Igreja. Partiremos do aspecto mais amplo e geral, a Igreja. E assim, precisamos explanar sobre a compreensão fundante. A Igreja, numa conceituação a partir dela mesma é sacramento universal da salvação e comunidade para o Reino. O Filho de Deus assumiu a condição humana para resgatar a humanidade. E o Cristo, através da estrutura social da Igreja Católica é o órgão de salvação para o mundo.
Para que possamos nos situar mais claramente e sairmos de nossas compreensões universalistas demais, a Igreja não constitui simplesmente uma organização universal concernente somente ao Papa e seus cardeais, mas a Igreja deve ser compreendida e vivenciada a partir da realidade da comunidade, ou seja, a Igreja é uma congregação local. A Igreja não é católica se não for local, particular; mas a Igreja particular não é a Igreja a menos que seja católica.
Pela celebração da palavra e da ceia eucarística Cristo está presente na comunidade cúltica de modo real, pois está assim presente a modo de membro principal do corpo, a cabeça, aquele que é o chefe constituidor junto com seu povo (Mc 3, 31-35).
Aqui podemos explanar sobre a família. Mas antes façamos algumas antecipações. A família na verdade é uma pequena comunidade onde se difunde o relacionamento entre seus membros. A família deve ser pensada no conjunto da vida. Ela se liga à sociedade e se plasma a partir dela. No seu estruturar-se básico a família se organiza a partir da aliança, consangüinidade e da descendência. A aliança entre o homem e a mulher não é um simples acordo, contrato estabelecido (como se diz comumente), nem promessa somente, entretanto é profissão, pois o amor não é sentimento que se sente sem querer, mas é decisão existencial acima de tudo.
No seu bojo, a família possui uma constituição humanizadora básica de dar sentido e direção às coisas. Como conjunto de pessoas em relações de reprodução humana, ligadas por laços de aliança, consangüinidade e descendência a família desempenha sua atuação na produção também nas relações, sentidos e significados. O criar significação desempenha no conjunto da vivência concreta uma natureza formadora do humano que se efetua na relação. A família desempenha ainda funções básicas no nível biológico, afetivo, educador, político e religioso. Não aprofundaremos nenhum destes agora, mas isso é importante para ampliarmos nossa visão.
A autoridade, estabilidade e a comunidade de vida no interior da família constituem a base para a liberdade, segurança e fraternidade dentro da sociedade. A vida da família é treinamento para a vida social. Na família vemos a obra criadora de Deus pela procriação. As que vivem de acordo com a fé constituem uma comunidade de esperança e caridade e são uma representação e realização específica da comunidade eclesial. Por isso podemos denominá-la de Igreja doméstica, pois a família é a primeira escola de vida cristã. Neste ínterim, a tradição no seio familiar é o organismo vivo de transmissão de valores que depende dos mais velhos para difundirem aos mais novos os valores daquela família específica.
Desse modo, o matrimônio foi instituído como sacramento porque entendido como sinal da aliança eterna do relacionamento vital de Deus com os homens, desde o ponto de vista bíblico, onde vemos a constituição básica do verdadeiro relacionamento de fidelidade e de amor profundo onde não vemos nada mais do que a essência da vida divina na doação sem preocupações com reservas a si mesmo. O vigor da vivência de Deus é nesse sentido união, doação e amor. Na família devem reinar todos estes valores que são centrais, caso contrário encontraremos toda esta gama de problemas na sociedade, esta que é espelho de como está a família na sua constituição interna hoje. A família hoje, para ser formadora de Igreja precisa ser unida em pontos centrais de sua vivência, tais como oração comum, atividades em comum, transmissão de valores morais e de fé, as famílias devem também ser detentoras de uma missão comum no seio da Igreja, missão que concerne a todos os cristãos batizados. No seio da sociedade e da Igreja isso é de mdo mais do que natural uma vitalidade de que nunca poderemos abrir mão. É no seio da casa que se dá o início e a realidade da Igreja.

Referências: FUELLENBACH, John. Igreja, comunidade para o Reino. São Paulo: Paulinas. 2006;
ANJOS, Márcio Fabri dos. Teologia da Família e do Matrimônio. Anotações para uso dos alunos com complementação em sala de aula. São Paulo: Itesp/Assunção. 2009.

Qual a importância de uma espiritualidade conjugal?


Padre Léo 

Espiritualidade significa viver segundo o Espírito. Espiritualidade conjugal é aprender, do Espírito, como viver conjugado, unido, é para ser vivida na carne, situada no tempo e no espaço, é concreta, dinâmica. É uma espiritualidade encarnada, uma graça que santifica o casal não apesar da vida conjugal, mas por meio dela. A vida conjugal torna-se instrumento e meio de vivência e expressão da espiritualidade. Podemos falar em espiritualidade conjugal exatamente porque foi o próprio Deus que, ao longo das páginas da Sagrada Escritura, se apropriou dessa imagem para expressar e manifestar seu infinito amor pela humanidade. O amor conjugal precisa ser anúncio explícito do amor apaixonado de Deus pela humanidade.
Não existe nenhum amor mais intenso e profundo do que o amor conjugal. O envolvimento amoroso de um casal é o mais pleno que existe, pois implica corpo, alma, coração, sentimentos, emoções, sangue e sonhos. Tudo isso porque Deus o fez instrumento de revelação do seu amor por nós.
O maior objetivo da espiritualidade conjugal é ajudar o casal a vencer a indiferença religiosa do ser humano moderno. Não existe praga pior do que a indiferença, que é sempre egocêntrica e infantilizadora. O indiferente religioso não é contra Deus nem contra as religiões, ele é sempre a favor de si mesmo. Pior do que a idolatria é a egolatria.
Muitos pensadores e filósofos previram o fim das religiões. Os grandes pensadores ateus anunciavam para breve o fim da era da dependência religiosa, ópio do povo, cachaça de má qualidade, infantilismo psicológico, instrumento de dominação capitalista e reflexo do primitivismo humano, que não conseguia explicações e soluções científicas para os problemas. Freud, Marx, Nietzsche, Ferbauch, Comte, Simone de Beauvoir e tantos outros que apregoaram o fim dessa praga chamada religião.
Todas as suas previsões deram em nada. Nunca o mundo buscou tanto o alimento para sua alma. Apesar de todos os progressos tecnológicos e científicos, o homem do século XXI é profundamente religioso, embora, muitas vezes, sua experiência religiosa não vá além de princípios irresponsáveis de autoajuda. Não tenho dúvida de que toda busca desenfreada pela autoajuda é transferência imatura da busca pela ajuda do Alto.
A espiritualidade conjugal, e como consequência a espiritualidade familiar, tem a grande missão de ajudar o ser humano moderno a encontrar os caminhos para essa ajuda do Alto.
A falta de uma espiritualidade conjugal tornou-se um dos grandes assassinos do amor. Sem a força do Alto, ninguém persevera no amor. Sem a força do Alto ninguém passa da paixão ao amor. Sem a força do Alto é impossível achar sentido para a vida conjugal. 


AS BEM-AVENTURANÇAS DO CASAMENTO


Bem-aventurado o casal que continua a demonstrar carinho e consideração um com o outro depois que a empolgação dos primeiros anos passou.
Bem-aventurado o casal que é educado e cortês um com o outro como eles são com seus amigos.
Bem-aventurados são aqueles que têm senso de humor, pois este atributo é um grande “amortecedor de choques”.
Bem-aventurados são aqueles que amam seus companheiros mais do que qualquer outra pessoa no mundo e que cumprem com a alegria seus votos de casamento com uma vida inteira de felicidade e respeito mútuos.
Bem-aventurados são aqueles que alcançam a paternidade, pois os filhos são heranças do Senhor.
Bem-aventurados aqueles que se lembra de agradecer a Deus por sua comida antes de tomá-la e que separem o tempo para a leitura de Bíblia e oração diariamente.
Bem-aventurados os cônjuges que nunca levantam a voz para o outro e que fazem de seu lar um lugar onde palavras desencorajadoras são pouco ouvidas.
Bem-aventurado o casal que fielmente vai à igreja e que trabalha junto para a expansão do reino de Deus.
Bem-aventurado o marido e a esposa que sabem lidar com suas diferenças e se ajustam sem a interferência dos parentes.
Bem-aventurado é o casal que tem um completo entendimento das finanças e que conseguiu uma parceira perfeita onde todo o dinheiro esta sob o controle dos dois
Bem-aventurados são o esposo e a esposa que humildemente dedicam suas vidas e seu lar a deus e que praticam seus ensinamentos sendo leais, amorosos e não egoístas.      

História de Goiás


A História de Goiás se inicia no fim do século XVI, quando as explorações portuguesas não limitaram-se apenas à região do litoral. A caça ao índio, a busca por riquezas minerais e a evangelização são os principais responsáveis pela exploração do centro-oeste. O desbravamento inicial da região deve-se aos missionários do norte e aos bandeirantes do sul. Já no século XVII, em função da catequese empreendida pelos jesuítas na Amazônia, missionários sob a chefia de frei Cristóvão de Lisboa percorrem a área do Tocantins, onde fundam missão religiosa em 1625. Mas as origens históricas de Goiás estão diretamente ligadas à corrida do ouro empreendida pelos bandeirantes paulistas, em razão da qual o território goiano é esquadrinhado ao longo do século XVIII.

Período Pré-Colonial
Embora existam estudos que proponham que a chegada dos primeiros humanos às Américas tenha ocorrido em um período bem mais antigo do que se acreditava anteriormente, as pesquisas desenvolvidas em Goiás, município de Serranópolis, demonstram que a ocupação da região ocorreu por volta de 11.000 anos atrás, com populações caçadoras-coletoras que ocuparam os abrigos rochosos do sudoeste do Estado.
Período Colonial
Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, Construída em 1728 em Pirenópolis. O maior e mais antigo patrimônio histórico e eclesiástico, e maior exemplo barroco de Goiás.
Os paulistas Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, João Leite e Domingos Rodrigues do Prado, em troca da isenção de impostos pela passagem dos rios da região, por três gerações, e outras vantagens, saem de São Paulo em 1722 para descobrir as abundantes lavras de Goiás em 1725. Com o objetivo de novas descobertas, Bartolomeu Bueno retorna ao território goiano em 1726 onde é levantada a primeira povoação goiana, o Arraial da Barra, na confluência dos rios Vermelho e Bugre. Achadas depois as minas de Vila Boa, em meados de 1727, para aí se passarem quase todos os habitantes da Barra e levantaram o arraial de N. S. de Sant´Ana e a respectiva capela no local em que hoje se ergue a futura matriz.
As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: além de Santana, origem de Vila Boa (1727). São João Batista (Ferreiro). Ouro Fino, Anta, Santa Rita e Tesouras. Na região dos Parque dos Pireneus e junto ao rio das Almas as Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte (1727), atual Pirenópolis. As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à ser descoberta as minas mais produtivas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736).
Antes, Domingos Rodrigues do Prado havia descoberto minas quase tão ricas quanto as do Tocantins, em Crixás (1734). Ao final da década de 1730 se descobre jazidas na região montanhosa localizada entre o Tocantins e a Bahia : São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal, Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. E entre 1740 e 1750, Carmo (1746), Santa Luzia, Conceição, Bonfim, Caldas Novas e Cocai (1749).

A administração

Palácio Conde dos Arcos, Cidade de Goiás: antigo local de trabalho de intendentes, presidentes de província e governadores goianos.
No período que se estende de 1728 a 1748, a administração política das minas era regida pela provisão real de 1728, que criou a Superintendência das minas de Goiás. O primeiro superintendente das minas foi Bartolomeu Bueno da Silva e o primeiro guarda-mor seu genro, João Leite Ortiz. O governo teria sua sede em Meia Ponte, atual Pirenópolis, mas houve desavenças entre Meia Ponte e a Capitania de São Paulo. Então Vila Boa; que posteriormente seria desmembrado em dois distritos : Meia Ponte e Santana. Posteriomente, em 1733, o ouvidor de São Paulo, Gregório Dias da Silva, fora designado para o cargo de superintendente-geral das minas de Goiás, restando a Bueno o título honorífico de capitão-mor.[3]
Por causa do contrabando e das lutas internas, o governo de São Paulo solicitou à coroa portuguesa que fosse criada a capitania de Goiás e que nela se estabelecesse uma ouvidoria (1734). As cartas régias de 12 de fevereiro e 11 de março de 1736 ao mesmo tempo legislavam sobre o imposto aurífero e determinavam a instalação de uma vila no arraial mais importante, o que se efetiva em Santana, rebatizada como Vila Boa (1739), numa homenagem ao seu descobrimento . De 1727 até 1736 a arrecadação do imposto aurífero se fez sobre o metal fundido na Casa de fundição de São Paulo.
A intendência de Goiás
Com o estabelecimento da intendência de Goiás, a situação nas minas se acalma e o contrabando decai. A resistência dos nativos à escravidão, principalmente o grupo caiapó, traz, não obstante, os arraiais em contínuo sobressalto, desde o Paranaíba até o Tocantins. A necessidade de uma administração que melhor atendesse à conjuntura política e econômico-financeira, e aos reclamos ante a exploração e o abandono vigentes, durante a subordinação à capitania de São Paulo, motivam a criação da capitania de Goiás em 1744. Somente em 1749 se cumpre essa determinação, ao ser empossado o primeiro governador de Goiás, D. Marcos de Noronha, futuro conde dos Arcos.
Finalmente em 1752 é instalada a casa de fundição de Vila Boa e em 1754 a de São Félix.
Até a segunda metade do século XVIII as comunicações e o comércio foram determinados pela mineração. No fim do século XVIII o comércio se ressente da decadência geral que estréia cada vez mais o mercado consumidor. Há breves períodos de reação, em que exportação excede a importação e que as estatísticas revelam saldo favorável, mas vão rareando cada vez mais.
O período de transição
As vilas pouco evoluíram, mesmo Vila Boa, apesar de mais próspera, carece de boas casas, de condições sanitárias e de conforto,o ensino é precário, tanto em sentido quantitativo quanto qualitativo. Mas Meia Ponte vai em contra mão aos outros povoados. Somente em 1788 chegaram os primeiros professores, três de primeiras letras, para Vila Boa, Meia Ponte e Pilar, dois de latinidade e um de retórica. A morte dos arraiais mineratórios provoca a ruralização da vida, já presente à época do governo de Luís da Cunha Meneses (1778-1783).
Novo surto de expansão territorial se processa, determinado por algumas novas descobertas de jazidas, pelo progresso da pecuária e pela necessidade de conter os nativos, um dos principais entraves ao estabelecimento regular da navegação e comércio fluviais. Fracassam as sucessivas tentativas de incremento das sociedades mercantis, seja pela carência de capital, seja pelas dificuldades geográficas ou pela natureza dos produtos exportáveis (agropastoris), que não atraem os comerciantes paraenses mais interessados no ouro, que ja estava escasso.
Apesar da descoberta de novas jazidas auríferas - como a de Ouro Podre, próxima a Arraias (1792) e a de Anicuns (1809) - e da exploração das lavras diamantíferas dos rios Claro e Pilões, a partir de 1801 o declínio mineratório era evidente na capitania. Terminava definitivamente a fase de ocupação territorial ligada à mineração.
No sul e no norte de Goiás, no início do século XIX, a mineração era de pequena monta. O respaldo econômico do novo surto de povoamento foi representado pela pecuária, estabelecida através de duas grandes vias de penetração:
A do nordeste, representada por criadores e rebanhos nordestinos, que pelo São Francisco se espalharam pelo oeste da Bahia, penetrando nas zonas adjacentes de Goiás. O Arraial dos Couros (Formosa) foi o grande centro dessa via.
A de São Paulo e Minas Gerais, que através dos antigos caminhos da mineração, penetrou no território goiano, estabilizando-se no Sudoeste da capitania.
Assim, extensas áreas do território goiano foram ocupadas em função da pecuária, dela derivando a expansão do povoamento e o surgimento de cidades como Itaberaí, inicialmente uma fazenda de criação, e Anápolis, local de passagem de muitos fazendeiros de gado que iam em demanda à região das minas e que, impressionados com seus campos, aí se instalaram.
Este povoamento oriundo da pecuária, entretanto, apresentou numerosos problemas. Não foi, por exemplo, um povoamento uniforme: caracterizou-se pela má distribuição e pela heterogeneidade do seu crescimento. Enquanto algumas áreas permaneceram estacionárias, outras decaíram (os antigos centros mineradores), e outras ainda, localizadas principalmente na região Centro-Sul, surgiram e se desenvolveram, em decorrência sobretudo do surto migratório de paulistas, mineiros e nordestinos.
Outro problema crucial do povoamento residiu na dificuldade de comunicação com as outras regiões brasileiras. Comunicações carentes e difíceis com as diversas regiões do Império, derivadas principalmente da pobreza da Província, incapaz de obter meios eficientes para vencer as enormes distâncias que separavam Goiás dos portos do litoral, refletiram negativamente sobre o comércio de exportação e importação, freiando qualquer possibilidade de desenvolvimento provincial.
As características do tipo de pecuária exercido na época - basicamente extensiva - por outro lado, não propiciavam a criação de núcleos urbanos expressivos. A economia tendeu a uma ruralização cada vez mais marcante e o tipo de atividade econômica gerou grande dispersão e nomadismo da população. Os antigos centros mineradores decadentes não foram substituídos por povoações dinâmicas.
No início do século XIX, os núcleos urbanos eram pobres e em número reduzido, destacando-se apenas as povoações de Meia Ponte e Vila Boa de Goiás, esta funcionando como sede do governo.
O desenvolvimento da agricultura torna-se necessário, não só para abastecer o mercado interno, mas também como veículo de intensificação do comércio externo. O comércio é dificultado pelos transportes deficientes e pelos impostos. A partir da década de 1780, quando caem as barreiras restritivas, a navegação fluvial apresenta-se como meio capaz de propiciar novas condições de vida, fundamentadas no intercâmbio mais efetivo com o exterior, mas de resultados pouco compensadores ou de menor vulto que o desejado. Outra vez Meia Ponte sai na frente. Segundo Auguste de Saint-Hilaire, Meia Ponte era ná época o arraial de maior prosperidade em toda Capitânia de Goiás, pois tudo que se plantava colhia em dobro. Um exemplo é a Fazenda Babilônia, antigo Engenho de São Joaquim, a primeira fazenda construída em Goiás. Esta fazenda foi construída em 1800 pelo Comendador Joaquim Alves de Oliveira, tendo como os pricipais produtos: o algodão e o café. Meia Ponte já exportava até para a Europa.
Da instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro à independência (1808-1822), a política governamental delineia-se rumo à integração e valorização dos domínios portugueses : Objetiva-se então reerguer as capitanias do centro-oeste através da programação do aproveitamento técnico das vias fluviais, da renovação das técnicas agropastoris e da pacificação e utilização do indígena como mão-de-obra. Segundo Auguste de Saint-Hiliaire, enquanto que os outros arraiais contavam, no máximo, com um professor de primeiras letras, Meia-Ponte tinha um professor de Gramática Latina pago pelo governo. "Tenho minhas dúvidas, porém, de que fosse grande o número de seus alunos e de que seus ensinamentos dessem resultados práticos.." Meia Ponte era rodeado de terras extraordináriamente férteis, o arraial era um dos mais aquinhoados da província e de maior população (mais ou menos 7 mil habitantes).
Em 1809, Vila Boa dispunha de mais ou menos 900 casas. (Auguste de Saint-Hilaire, - "Viagem a Província de Goiás e pelas Nascentes do rio São Francisco ", apud Bruno, Ernani Silva - História do Brasil e Regional - Grande Oeste. Cultrix, SP, 1967, pg. 66). Meia Ponte - atual Pirenópolis - era, na época, no dizer de Aires do Casal, "a maior, a mais florescente e comerciante povoação da Província, depois da capital", mas Auguste de Saint-Hilaire discorda pois passou em Pirenópolis em ..[4]
Os movimentos separatistas
No início do século XIX Goiás é obrigado a ceder área de seu território às províncias do Maranhão e Minas Gerais. Pelo alvará de 18 de março de 1809, o norte é desmembrado da ouvidoria sediada em Vila Boa, constituindo-se comarca com sede em São João das Duas Barras. O isolamento leva-o a desligar-se paulatinamente do sul, vinculando-se comercialmente ao Maranhão e ao Pará. A tendência à secessão já é latente; após a revolução constitucionalista do Porto, que chegou ao conhecimento dos goianos em 24 de abril de 1821, o movimento separatista eclode.
Em Natividade, a 14 de setembro, é proclamada uma junta provisória, que se recusa a aceitar ordens de Vila Boa. Aderem os antigos arraiais de mineração do norte, e quando da escolha do governo provisório, em 8 de abril de 1822, em Vila Boa, seus eleitores não comparecem. A junta de Natividade considera ilegal o novo governo. Palma, alegando ter sido abandonado pelo sul, constitui-se em província autônoma. As lutas pela liderança no movimento provocam cisão entre Palma e Natividade e enfraquecem o movimento, que acaba por ser debelado em 1823.
As características mais relevantes do período monárquico são representadas pela busca de soluções para os problemas econômicos e financeiros e para a pacificação social. O comércio fluvial e as atividades agrárias são incentivados. A economia da província passa a sustentar-se na pecuária, motivando migração de: baianos, maranhenses, piauienses, mineiros e paulistas.
A agricultura fica em segundo plano. As únicas exceções são as culturas de tabaco, de Natividade e Meia Ponte que também tinha o algodão, e de café, em varias regiões (produtos já exportados para o Pará no fim do século XVIII). Desenvolve-se a indústria de couros.
Período Imperial
A idéia da mudança da capital
Em 1830 cogitou-se a possibilidade de transferir a capital da província para o norte do território. O plano de então levava em conta a necessidade de povoar as regiões próximas aos rios Tocantins e Araguaia. Vinculava-se também com o projeto de um sistema de hidrovias o qual permitiria a ligação da província, tanto a norte, via Pará, quanto a sul, via São Paulo.
No mesmo ano de 1830, entrou em circulação o primeiro jornal editado em Goiás, para não dizer em todo o centro-oeste e norte brasileiro: A Matutina Meia-Potense, impressa em Meia Ponte, atual Pirenópolis, cidade que foi lugar da primeira topografia do estado de Goiás, tendo por isso recebido o Título de Berço da Imprensa Goiana. A Matutina Meiapontense era um jornal de inspiração liberal. Circulou entre 5 de março de 1830 e 24 de maio de 1834, totalizando 526 edições. A sua subscrição fazia-se ao custo de 28.000 réis por trimestre.
A partir de 1837 começa a circular o Correio Oficial. A população, que, no final do século XVIII, se mostrava estacionária e que em 1837 fora contabilizada em 117.446 habitantes, atinge em 1872 160 mil habitantes. Na condição de fornecedora de tropas e de viveres para os combatentes, Goiás participa ativamente da Guerra do Paraguai.
Com a decadência de Vila Boa, após o esvaecimento das minas, leva o presidente José Vieira Couto de Magalhães a advogar, em 1863, a mudança da capital para a região do Araguaia (Leopoldina). Concretiza-se, graças à atuação dessa autoridade, o regular intercâmbio com o Pará, através do estabelecimento da navegação a vapor do rio Araguaia (1868) e, posteriormente, do Tocantins, até Belém.
O balanço monárquico
A partir da década de 1860, a província progride economicamente devido ao crescimento do rebanho bovino - cerca de 106.548 cabeças - e da agricultura. A indústria de couros prospera, começa a fabricação de tecidos de algodão, existindo já em 1861 aproximadamente 1.555 teares. Implementos agrícolas de ferro são fabricados em Formosa.
Período Republicano
Do final do período monárquico até 1930 o povoamento se intensifica graças à atividade agrícola e à construção de ferrovias, que contribuiu para o desenvolvimento das regiões sul, sudeste e sudoeste do estado. Novos povoados se formam a partir de 1888 e, até 1930, 12 novos municípios são constituidos e posteriomente derrubados por indios daquela região.
A primeira república
Em 1920 a população já era de 511.919 habitantes. Em 1924, pela primeira vez é tentada a colonização européia, através do estabelecimento da colônia alemã de Uva e Itapirapuã, o que acaba sem sucesso. A navegação fluvial, que era prospera no século anterior, ainda era expressiva nos primeiros anos da república. As comunicações com o sul melhoram à medida que se expandem os trilhos. Até o final da primeira década do século o intercâmbio se fazia através de Araguari, para onde os produtos goianos eram levados por burros.
Em 1913, Goiandira é servida pela estrada de ferro, mas somente em 1930 é estendida até Bonfim hoje Silvânia. Em 1926, um século após a construção do Hospital de São Pedro de Alcântara de Vila Boa (Goiás (município)) em 1825, é instalado o segundo nosocômio do estado, em Anápolis, antigo Santana das Antas, um dos povoados emancipados de Pirenópolis, o Hospital Evangélico Goiano. Ao final da primeira república a renda total do Estado ainda era baixa, cerca de cinco mil contos.
O coronelismo
Em decorrência da agropecuária extensiva formaram-se os latifúndios, com suas implicações econômicas e sociais. No campo predominaram características semifeudais. No norte, região mais desabitada, reinou certa instabilidade, motivada pelo banditismo de jagunços e pela luta dos coronéis.
Os clãs que se formaram ao longo do império dominaram a vida política. Os vícios eleitorais e coronelismo conseqüentes à estrutura econômico-social, somados à política dos governadores implantada por Campos Sales, deram origem ás oligarquias que se sucedem até 1930 : José Leopoldo de Bulhões Jardim, Sebastião Fleury Curado , Eugênio Rodrigues Jardim e Antônio Ramos Caiado.
Esses clãs tinham como característica um sobreposição sobre os poderes legislativo e judiciário, onde as relações de vassalagem pelo voto caracterizam a política da época, devido ao famoso "voto de cabresto". A oposição se estruturou em função das contradições interpartidárias, da reação no plano nacional, pelos movimentos de 1922 e 1924 e do contato com o tenentismo do sudoeste goiano. Sua liderança foi assumida por intelectuais e liberais aliados aos políticos dissidentes. Coligaram-se os movimentos aliancistas, e, com a vitória da revolução de 1930, a máquina eleitoral e administrativa cheia de falhas, que dominava o estado havia mais de trinta anos, começou a ser desarticulada. A intensificação da interiorização e a dinamização econômica caracterizaram o período posterior a 1930.
A transferencia da Capital
Em 1930, sobe ao governo de Goiás o interventor Pedro Ludovico Teixeira, que tinha como meta principal a mudança da capital, que até então se localizava em Vila Boa, atual Cidade de Goiás. Em dezembro de 1932 foi decretada a mudança da sede do governo para um local próximo da cidade de Anápolis, que iria receber em breve a Estrada de Ferro de Goiás.
A fundação da nova capital do Estado, Goiânia, ocorreu em 1933. A mudança foi determinada por motivos administrativos e econômicos, pois com a chegada da estrada de ferro a Anápolis em 1935, permitiu um rápido crescimento populacional da região sul do estado, através das sucessivas migrações de nordestinos, mineiros e paulistas que fez com que a região Centro Oeste se interligasse definitivamente a região Sudeste do Brasil.
Com poucos recursos, baseada num empréstimo concedido pelo Banco do Brasil, iniciou-se a construção da nova capital, a que foi dado o nome de Goiânia, de acordo com projeto do engenheiro Atílio Correia Lima e do urbanista Armando de Godói. Em março de 1937, já concluídos os principais edifícios públicos e algumas casas de moradia, foi decretada a transferência da capital, inaugurada em 1942.
A construção de Goiânia coincidiu com a instalação, pelo governo federal, de colônias agrícolas em várias regiões do estado, como decorrência da política da marcha para o oeste. Desse modo, constituíram-se cidades novas como Ceres, Rialma, Uruana, Britânia e outras, as duas primeiras fundadas pelo engenheiro Bernardo Sayão Carvalho Araújo, que foi mais tarde encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de comandar a construção de Brasília.
Modernização
A eletrificação com a criação das Centrais Elétricas de Goiás S.A. (CELG) em 1955 e a conclusão da usina do Rochedo em 1956, contribuíram para o aceleramento da urbanização e permitiram os primeiros passos rumo a industrialização. Mas em Pirenópolis ja existia eletricidade pois foi a segunda cidade brasileira a ter energia elétrica. Embora a pecuária fosse a base da economia e a agricultura visada à exportação já começasse a se desenvolver.
Até o final da década de 1950 a indústria é extrativista. No sudoeste afloram os garimpos de diamantes. Ao norte, na região do Araguaia, a exploração de cristal de rocha tem seu ápice durante a Segunda Guerra Mundial, graças as condições de exportação.
Em 1960 no governo de José Feliciano Ferreira, foi criado o Departamento Estadual de Saneamento (DES), hoje Saneamento de Goiás S/A (Saneago). Em Goiás e Meia Ponte, atual Pirenópolis, utilizavam-se chafariz que capitavam água de córregos da região.
Durante o governo de Mauro Borges Teixeira (1961-1964) foi empreendida a primeira tentativa de planificação administrativa e econômica, com base na exploração do potencial mineralogico, sob os cuidados do Estado, através da Metais de Goiás S/A (METAGO), no aproveitamento industrial das riquezas extrativas, dos produtos agrícolas graças ao aumento da produtividade mediante o aprimoramento técnico. Em função da expansão do setor agrícola, é criada uma escola de formação de operadores de máquinas agrícolas e rodoviárias (EFOMAGO) e desenvolvida experiência de cooperativismo nos combinados agrícolas, além do implemento do até hoje único laboratorio oficial do Centro oeste, a Industria Química do Estado de Goiás - IQUEGO, na produção de medicamentos de uso humano e veterinário.
A separação
Em 1988, o estado de Goiás foi dividido e sua parte norte passou a constituir a região norte, o estado do Tocantins. O objetivo principal dessa divisão foi estimular o desenvolvimento da região norte, onde estão concentradas as maiores carências sociais e também onde ocorrem com maior freqüência disputas pela posse de terras, provocadas pela concentração de propriedade latifundiária

Seguidores