

Aí surge na lembrança um outro retalho, o do meu casamento. Quanto sonho, quantos planos! Ser mãe de muitos filhos, cuidar amorosamente de cada criança que nascesse. Treze anos se passaram e tudo foi diferente. Meu marido vítima do alcoolismo e eu vítima da violência doméstica. Filho/a ficou no sonho. Moradia também sonho, vivíamos de favor ou aluguel. Às vezes faltava tudo, dinheiro, diálogo, respeito, carinho.... Para mim não faltava trabalho e dor. Depois de treze anos o casamento chegou ao fim. Descasar, legalizar junto ao juiz, tudo foi muito difícil. Perdi as forças, decepcionei-me com as minhas escolhas. Este é o retalho que traz a marca da luta, do sofrimento, do silêncio, do vazio...
Nas idas e vindas ouvi falar do CEBI. Comecei sentir o doce sabor do estudo bíblico feito junto com a comunidade. Percebi também que a formação deve ser continuada e que o CEBI oferece estes espaços de estudo, convivência e partilha. As assembleias do CEBI foram para mim instrumentos de democracia, participação, e muita reflexão. Este é o retalho da formação, do estudo, da reflexão e da convivência.
Nilva Baraúna, Boa Vista/RR

Aos 50 anos de idade e 20 anos de CEBI, é que vim me dar conta de que assumir um trabalho como superintendente Regional do IBAMA, com toda a complexidade da Amazônia, é a melhor oportunidade de exercício do profetismo a mim conferido pelo batismo.
Sãoanos de luta pela humanização de pessoas embrutecidas pela ação repressora e pelo exercício abusivo do poder da polícia. São denúncias de crimes que não podem e não devem ficar impunes, perseguição, ameaças e a tristeza de ver nossa região sendo destruída. Diante disso tudo, nosso esforço vem produzindo frutos, como o respeito pelo trabalho por parte da sociedade, de instituições e outros parceiros. Em uma gestão que busco exercer com toda a justiça, é confortante o carinho das populações tradicionais.
Tudo isso devo ao CEBI, que, de gotinha em gotinha, tal como soro em doentes, foi me fortalecendo e me encorajando para a luta.
Elciclei Faria dos Santos, Manaus/AM

Conheci o CEBI em 1997, quando participei de uma Escola Bíblica. A leitura do CEBI me encantou pela ousadia de estudar/ler a Bíblia com os pés no chão da vida. Foi no CEBI que conheci o Movimento Feminista Maria Sem Vergonha, seguindo minha caminhada de estudos sobre questões de gênero e iniciando a minha libertação enquanto mulher.
Foi nas Escolas de Formação do CEBI que despertei para começar a participar de Movimentos Sociais e me preocupar com a exclusão social de mulheres indígenas, negras, negros e pobres.
Keila de Oliveira Antonio, Campo Grande/MS

Em minha vida pessoal, além das boas amizades que fiz durante o encontro, o curso contribuiu na aquisição de novos conhecimentos sobre a organização da Bíblia e em particular sobre a história da mulher na Bíblia.
Com isso, consegui ter mais convicção da minha opção de vida cristã em meio à sociedade. Pois para mim, que sou feminista, é um desafio, em vários espaços, assumir que participo de uma comunidade cristã e que essa experiência me faz bem. Visto que, na realidade, a mulher continua sendo "oprimida" na comunidade, muitas vezes por conta de uma leitura equivocada e descontextualiza dos textos bíblicos feita por nossos companheiros. A minha atuação sócio-política ficou mais qualificada com a capacitação.
Sou feminista e faço parte da Marcha Mundial de Mulheres que, entre várias linhas de ação, trabalha a identidade das mulheres a partir de sua realidade. Tenho usado os conteúdos adquiridos, seja nos textos trabalhados na formação que faço junto às mulheres do movimento, seja na metodologia utilizada em minha militância.
Adelaide Maria Klein, Gravataí/RS

Descobri, através do CEBI e da Leitura Popular da Bíblia, que temos espaço para caminhar com Emanuel, o Deus conosco. E, nesta caminhada, assim como o povo de Deus, também faço o êxodo e me liberto quando luto pela libertação de outras mulheres.
O Curso de Capacitação para Mulheres, que realizei no CEBI, me ajudou muito nesse processo. Descobri que orar é importante, mas que é preciso ter um coração aberto, acolhedor, misericordioso para com os sofrimentos do povo e se colocar sempre a serviço. Um amor sem medida para com o próximo, a próxima... ouvir o clamor de mulheres doentes, encurvadas... Com este olhar novo, começo a buscar outras ferramentas além dos grupos de reflexão, de estudo e, automaticamente, me envolvo na política, nos movimentos sociais, nos conselhos municipais e na política partidária.
Assim, entro para a política para ajudar a transformar, para fazer o bem para a vida das pessoas, principalmente as que já não acreditam que alguém as ouça, as enxergue e com elas se preocupe. Hoje, cada vez, mais tenho a certeza de que estar no executivo ou no legislativo em qualquer das esferas é estar a serviço do povo, assim como os discípulos de Jesus estão a serviço do Reino. E, com certeza, percebo que é preciso ter muita fé em Deus.
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