segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PROGRAMA RECONHECER E A MORTE DO PROFESSOR: pegando pelo lado fraco


Luiz Marles*

Talvez só falte mesmo você admitir isso”.
(autor desconhecido)

Re-conhecer. Poderíamos até mesmo explicar literalmente o que venha ser, mas deixamos para outro momento. Atualmente o que se percebe em nosso estado é o descaso para com os profissionais docentes e, ainda uma imposição ferrenha da Secretaria Estadual de Educação, massacrando-nos com a oferta do bônus. Isso está desestabilizando emocionalmente/bolsamente a classe mais prejudicada do país. “Ah! Que bom que irei ganhar R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais)”. A avidez por este ganho está adoecendo aqueles que já contam com sua rendinha extra no final do ano.
O governo não quer que haja criticidade na formação discente. E, como podemos verificar, até entre os profissionais docentes está ruindo-se tal criticidade. Lamentável. Isto porque é mal remunerado, pouca valorização profissional, e, agora é preciso trabalhar doente para não perder o bônus. Que catástrofe nossa situação. Podemos parafrasear aquele antigo provérbio que diz: “bata a bunda no cimento pra ganhar mil e quinhentos”.
Temos que nos indignar diante deste caos e organizar algum tipo de manifestação, pois não somos marionetes, temos personalidade e queremos ver garantidos nossos direitos. Pois intrinsecamente o desejo deles é camuflar a situação e evitar que nós reivindiquemos melhorias nas condições de trabalho.
            Por que o governo não paga o Piso Salarial que é lei desde o ano de 2008 (LEI Nº 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008)? Só ele pode responder. O que nós sabemos é que o Programa Reconhecer traz uma mensagem subliminar que é a morte dos professores e da cultura de reivindicação em nosso estado. Infelizmente muitos de nossos colegas já estão imbuídos do espírito “bonificante” e não quer saber de outra coisa a não ser seu benefício extra. Contudo, insisto em questionar, é esse dinheiro que irá transformar a sua vida? “E a pergunta rola e a cabeça agita”. Ou melhor. A pergunta agita e as cabeças rolam. Perguntas surgem e as atitudes negligentes não revelam nada de promissor. Continuamos como seres inanimados e sem ânimo, diante desta ação revolucionária às avessas, que prima pela assiduidade (e muitos irão doentes, quase morrendo, com muletas, etc.) em detrimento da qualidade.
            Portanto, é inaceitável e repugnante esse programa instituído em Goiás. Levantemos nossa voz e marchemos incansavelmente, mostrando nossa consciência e força atitudinal, em vista de uma situação verdadeiramente pés no chão em que veremos a Educação em Goiás como algo promissor.
           
Luiz Marles
Professor das redes Estadual e Municipal
de Educação em Campos Belos – GO

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